ISSO É O QUE ELES DIZEM


Sabe aqueles livros que viram nossos xodós? Que passam os anos e voltamos a lê-los, e a cada novo mergulho nos damos conta de um detalhezinho que passou batido de primeira, que a história ganha um novo significado, e de como estamos, afinal de contas, mudados?

"Feliz Ano Velho", do Marcelo Rubens Paiva, está entre os meus queridinhos. Talvez por ter sido o primeiro livro que peguei para ler da biblioteca do meu pai. E o fiz numa única sentada. Era também o primeiro do Rubens Paiva na literatura. Busco hoje a coincidência  para provocar uma aproximação inventada. Depois de todas as leituras obrigatórias de escola, enfim, um livro que fazia a minha cabeça.

Trinta anos depois de lançado (eis que também sigo firme em direção à terceira década), Marcelo nos presenteia com “As verdades que ela não diz” e sem vacilos, inicia provocativo com uma divertida lista de pequenas mentiras sinceras que nós mulheres aplicamos para “salvar a própria pele”.

Já que o inverso também é verdadeiro e bem corriqueiro, fiz o meu compilado de mentiras que Marcelos, Renans, Otávios, Thiagos aplicam nas Alines, Cláudias, Marcelas, em mim e em você.

“Você fica linda de qualquer jeito, meu amor.”
“Mulher tem que ter uma celulitezinha, se não fica parecendo artificial.”
“Relaxa. Só vai ter homem lá.”
“Juro. Iisso nunca aconteceu comigo antes!”
“Só tinha homem.”
“Você não está gorda.”
“Tem que ter onde pegar, saca?”
“Não estou bêbado.”
"Tenho olhos só pra você.”
“Eu não estava olhando pra ninguém.”
“Mulher com mulher? Acho um desperdício!”
“Nóia sua. Ela não estava me olhando.”
“Adoooro os seus sobrinhos.”
“Duas? Prefiro só com você.”
“Não sei do que você tá falando.”
“Libera hoje, vai amor?”
“Esta roupa tá ótima. Não precisa experimentar nenhuma outra.”
“Foi mais forte do que eu...”
“Não tenho ciúme do seu ex, afinal sou eu que estou contigo.”
“Fica tranquila, eu sei o caminho.”
“Era bonita? Nem reparei.”
“Mulher de amigo meu pra mim é homem.”
"Eu me garanto."
“Não ouvi sua ligação. Estava no silencioso.”
“Não bebi muito.”
“Confia em mim.”
“Não recebi sua ligação. Estava sem sinal.”
“Vi sua ligação, mas estava em reunião.”
“Não tinha visto sua mensagem.”
"Deixa de ser paranoica!"
“Falo isso pro teu bem.”
“Ela nunca deu em cima de mim.”
“Qual o problema de olhar pra outra se eu estou é com você?!”
“Relaxa, eu sei o que tô fazendo.”
“Não deu pra ir. Minha tia materna estava no hospital.”
“Eu vou assistir só o primeiro tempo do jogo.”
“Mulher nenhuma manda em mim.”
 “Foi coisa de momento.”
“Depois do futebol fui direto pra casa.”
“Já vou! É a última fase do jogo. Assim que matar o chefão eu vou pra cama.”
“Você acha mesmo ele grande?”

E aí, quer complementar a lista? Deixe sua sugestão nos comentários. ;)

2 comentários:

  1. Anônimo20:04

    Estou querendo esse livro. Engraçado que também acabo de escrever uma crônica que trata um pouco dessa primeira publicação do Marcelo. descobri a obra tardiamente, mas me emocionei muito com a história desse garoto. A vida lhe tirou certos movimentos, mas trouxe para o Brasil um escritor sensacional.
    Abraços.

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    1. Livro do coração, xodó! Uma lição e tanto, não é mesmo?
      Obrigada pelo comentário.

      Abraços.

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Obrigada pelo seu comentário.

 
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