ENTREVISTA

Queridões,

Fui entrevistada pela jornalista Carol Batier. Confira aqui ou nos blogs:
rumosjc28.blog.terra.com.br e http://dislexicamente.blogspot.com

Qual sua idade?
25 anos.

Profissão?
No diploma: publicitária, formada em 2007 pela ESPM-RS.
No coração: quem-sabe-um-dia-escritora iniciada em 1999 pela vontade. Aperfeiçoada no estilo entre 2007 e 2008, nas oficinas de Fabrício Carpinejar (jornalista, poeta e cronista gaúcho). E aos que perguntam, blogueira não virou profissão. Pelo menos, ainda não. (risos)

Desde quando tem o blog?
A Cronista nasceu em agosto de 2007. Lembro que foi na semana da minha formatura na faculdade. Mas essa não é a primeira vez que me aventuro no universo blogueiro. Lá por 2000/2001 mantive um blog adolescente, no estilo “meu querido diário” e que volta e meia fazia as vezes de analista - não que A Cronista não o faça. Mas a diferença é que agora não escrevo apenas pra mim. Eu não me preocupo apenas em dizer, me interessa o que as pessoas irão entender. E elas costumam ir além do que está escrito.

Qual é a média de visitas diárias do seu blog?
Eu não tenho como responder essa pergunta com exatidão*. Utilizei por bastante tempo o Google Analytics, que oferece estatísticas bem apuradas para sites, registrando o número de visitas, os países e cidades que as pessoas acessam o blog, com que freqüência o fazem, quanto tempo ficaram ali. Aconteceu que, inteligentemente, mudei o layout do blog e mandei os registros anteriores para o espaço. O que posso afirmar é que hoje, tem 173 pessoas seguindo o blog. Na época do Prêmio Negresco, por exemplo, o contador chegou a marcar mais de 190 visitas/dia, mas isso com muita divulgação. Atualmente, rolam umas 15 visitas/dia. Sinceramente, não acho pouco, ainda mais que não mantenho um blog de humor (nada contra blogs de humor), mas é uma temática que as pessoas buscam mais. Não me interessam visitantes que estão ali apenas para fazer número, meu objetivo é ter meus textos lidos.


De onde surgia a idéia de fazer o "A Cronista"?

Gosto de escrever há, pelo menos, dez anos. Herdei isso do meu pai, que é poeta. O blog surgiu próximo a primeira Oficina de crônicas que fiz com o Carpinejar em Porto Alegre-RS. Mas antes disso, já existia a vontade de publicar o que eu só compartilhava com o pessoal de casa - embora meus primeiros leitores tenham sido as traças e os cupins. Fazer o blog foi a forma que eu encontrei de receber opiniões não tendenciosas, de saber o que as pessoas pensam sobre o que eu escrevo, se curtem ou não. Já o gênero (crônicas) adotei pelo tom de conversa e proximidade com o leitor. E pela ansiedade de ver o texto, sem rodeios, pronto ainda hoje. Mas confesso que tenho sentido necessidade de arriscar e experimentar coisas novas. O blog foi uma forma que encontrei para me disciplinar, de escrever mais.

Vc ganhou o prêmio Negresco, certo? Como foi o concurso? Quais os critérios avaliados?
O que eu ganhei foi a categoria Blog - do Prêmio de Criatividade Jovem da Editora Abril em parceria com a Nestlé (a tal 2ª Volta ao Mundo Negresco). Eram oito categorias disputando a grande viagem: anúncio publicitário, blog, podcast, customização de moda, ilustração, animação, vídeo e foto de balada. Os critérios foram criatividade, adequação e pertinência ao público jovem. Foram mais de dois mil trabalhos inscritos e a comissão organizadora escolheu os 40 finalistas (5 de cada categoria) para irem a júri popular. Os trabalhos que ficassem em primeiro lugar na votação, iriam concorrer entre si e o grande vencedor seria divulgado em São Paulo. Foi o que aconteceu: cada finalista tinha o direito de levar 1 acompanhante (fomos eu e minha irmã) com transporte, hospedagem e alimentação pagos pelos organizadores. Posso dizer que conheci pessoas muito legais – tinha gente de todo canto do país. Fizemos visita guiada pela redação das revistas Superinteressante, Mundo Estranho e Capricho; recebemos um ano de assinatura grátis de duas delas; alguns brindes; conhecemos o Parque Gráfico da Ed. Abril; a agência Publicis; rolaram muitas fotos e histórias para contar. E quando cheguei a Porto Alegre (ufa!) ainda tinha R$ 2.000,00em roupas para trocar. O grande vencedor é aqui do Sul também e concorreu pela categoria anúncio. Com toda certeza, foi uma experiência incrível e única. O resultado foi ótimo. Mas teve muito suor antes disso, bolei campanha para o pessoal votar no blog. Saiu no jornal da cidade, fiz campanha no MSN, no Orkut, no próprio Blog. A galera criou panfletos e colamos cartazes em escolas. Foi um trabalho em equipe.


Seu blog já te abriu portas?
Poxa, sem dúvidas. Não pago nada para ter e manter A Cronista. Até hoje, só ganhei: amigos, leitores, confidentes e até concursos, né? Mas o que me importa, de verdade, são as pessoas que estão lá me lendo e também comentando. Adoro os comentários, sem eles o blog não teria sentido, poderia me contentar com as traças e os cupins das minhas gavetas, não é mesmo? Gostaria de ter tempo de ler o blog de todos – e comentar um a um. Mas é difícil. E quem gosta não precisa de retribuição de comentário para retornar. Comento quando tenho o que dizer. Logo no começo, achei crônicas minhas em outros blogs (com os devidos créditos), achei incrível. Fiquei meio boba em perceber que o que eu escrevia era importante para alguém (além de mim, claro). O último ganho foi um livro que a Ediouro me enviou de cortesia para emitir opinião via blog. Só ta faltando o convite pra escrever em algum veículo bacana. Enquanto isso, eu vou fazendo o meu próprio veículo.


Vc acha que, se não houvesse internet, vc teria a notoriedade que atualmente tem?
Sem internet, fatalmente, não conseguiria chegar até as pessoas que chego. Já virou clichê dizer isso, mas a internet é realmente incrível: rápida e fácil. Se no mundo real o boca a boca funciona muito bem, no mundo virtual o link a link traz resultados incríveis. E literatura é mais ou menos assim, se tu não és conhecido é mais fácil ser indicado por quem leu e aprovou.


Em sua opinião, qual a importância da internet na divulgação do nome e trabalho dos novos artistas e escritores?
O que a internet, e principalmente, as novas redes sociais - tipo Orkut, Myspace, Youtube, Flickr, Twitter, Blogs, entre outros, têm a oferecido aos artistas e escritores é maravilhoso. Dá mais independência ao criador e ao trabalho. Os escritores não ficam presos às editoras, os músicos não se limitam às gravadoras, os pintores às galerias. Quem quiser, publica livro de graça, cria revistas, zines - ou o periódico que bem entender -, divulga filmes, músicas, tudo por conta própria. Com a vantagem de ainda receber um feedback rápido, barato e das pessoas certas, pois só vão parar para te ler, ver ou ouvir, aqueles que realmente se interessam pelo teu trabalho. As coisas estão se encaminhando para que cada um crie seu próprio veículo de comunicação. Os recursos são muitos, basta saber usá-los a nosso favor.

Vc busca conteúdo cultural na internet? Quais blogs e sites de conteúdo cultural vc frequenta?
Ironicamente, de tudo que acesso, o que menos acabo lendo na internet são blogs literários. Os que entro com mais freqüência são de escritores como o do Fabrício Carpinejar, Xico Sá. E coletivos, tipo Blônicas. Alguns sites que oferecem recurso de publicação de textos, como o Portal Literal. O restante são portais de notícias, redes sociais, blogs de propaganda e o que vier a interessar na ocasião. Ultimamente ando de olho no Twitter de algumas pessoas legais, sempre rolam dicas de conteúdo cultural e coisas bacanas.

Quais outros meios de comunicação vc utiliza para obter informações sobre artes e cultura?
A internet eu diria que é o principal, porque integra TV, rádio, jornal, revista. Mas adoro revista e TV convencional também. Além de assinar as news dos sites que me interessam. É basicamente isso, algumas coisas procuro, outras chegam naturalmente até mim.

*Após essa estrevista, o Google Analytics foi reativado. O blog recebe, em média, 20 visitas por dia.

8 comentários:

  1. Boa a entrevista (li lá)!

    Esse lance de blog já me garantiu até emprego e ajuda a pagar as contas.

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  2. Nós, homens, temos essa tendência ao fanatismo. Raramente a mulher fica em primeiro plano o tempo todo. Assim como o homem também se recusa a entender as horas do salão. Eu mesmo fico curiosíssimo pra saber o que há de tão hipnótico na vitrine do shopping. Ou então, saber qual a resposta certa a dar. Exemplo:

    - Cabelo enrolado ou liso?
    - Hã... Liso.
    - Não gosta do enrolado?
    - Gosto.
    - Então, qual?
    - Enrolado.
    - Mas meu cabelo é liso!!!
    - Os dois, então.
    (pausa)
    - Você não está sendo sincero comigo.

    Doup! (Homer style)

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  3. Gabriela, impossível não querer proferir mais um clichê. ADOOREEI

    Boa Sorte,
    agr te sigo :)

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  4. Gabi, tenho a solução para sua questão dos acessos, tipos de visitantes e controles em geral; e grátis! Eu uso e recomendo, muito bom.

    www.contadorgratis.com.br

    bjão

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  5. Adorei a entrevista. À proporção que ia lendo, ia imaginando um cenário: talvez vocês em uma varanda com um jarrinho de bouganvilles sobre a mesa, a jornalista de bloquinho em punho, sentada de frente pra você, enquanto você sorria descontraída e respondia às perguntas com a mesma leveza com que escreve aqui no blog.

    Eu gosto de imaginar essas coisas...

    Beeijo

    P.S: Eu já publiquei uma crônica sua no meu blog. :)

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  6. cauan16:30

    Que tudo heim menina???
    Vc tá ficando famosa d+...
    dando entrevista ,isso é só para os famosos.
    Que lhe venha muita coisa boa ainda.....
    bju garota... naum a conheço...
    mas gostaria de ter uma amiga assim!!!
    :)

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  7. kadu08:02

    Andei olhando o seu blog e li com atenção a sua entrevista.
    Gostei como respondeu todas as perguntas pq deu para saber um pouco mais de vc !!!
    Sua sinceridade e inteligência me cativou .
    pode acreditar menina : vc tem muito talento !!! tá de parabéns.
    O brasil tem gente muito boa .E vc é uma delas...tenho dito. :)
    um grande abraço !

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  8. maina03:53

    Silplesmente A-M-E-I !
    E precisa dizer mais ???
    bjaum !

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Obrigada pelo seu comentário.

 
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