Embora capricorniana, eu me derramo com certa facilidade. Ao menos mais do que o previsto pelos astros que me leem sisuda, fria, uma quase sem coração. Nesse detalhe sutil eu discordo da astrologia. Porque quando apaixonada sofro feito bicho. Como assim, sem coração? Eu me descobri uma emocionada em tempos em que ser emocionado virou chacota. Como assim, se apaixonou depois de duas, três transas? Se deixar eu me apaixono à primeira vista, meu bem. E lá tem hora certa para assunto sério feito esse? Chato mesmo são os contidos, que fingem certa frieza para não demonstrar afeto ou o mínimo de interesse que seja. Esnobam até mesmo o que sentem e engolem a seco. Tenho estômago de moça, engolir emoções me cai mal. Alguém lembra essa rapaziada que a gente não tem muito tempo aqui, não. Quer coisa mais gostosa que frio na barriga antes de encontrar quem se quer bem? Receber aquela mensagem fora de hora? Deixar escapar “acho que tô gostando de você”? Eu vibro com os emocionados. Os que respondem mensagens na hora, que não fazem joguinhos de poder, que têm maturidade emocional para demonstrar estarem a fim quando realmente estão na sua. A vulnerabilidade do afeto é linda. E deveria ser mais compartilhada. É só na vulnerabilidade que o amor é possível. É só na coragem de mostrar sua inteireza, com as virtudes e os defeitos que o amor nasce. Não vejo outro jeito provável. Eu não sei você, mas essa cultura do desinteresse a mim, não interessa.
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Que texto incrível! Me senti representada em cada palavra. Um viva aos emocionados, aos que se permitem, aos que se entregam, aos corajosos!!
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