Futebol de domingo a domingo

Entenda porque a maioria das mulheres nunca será fanática por futebol


Eu gosto de futebol. Gosto mesmo. Não sinto tédio como algumas mulheres que ficam blasfemando odiosas de que é patético 22 marmanjos mais um juiz cagador de regras (desculpe o palavreado, mas o universo da pelota tem desses nomezinhos menos nobres, é bom que você se acostume) correndo atrás de uma bola. Eu até compreendo as mulheres que desgostam. Não é o jogo em si que desagrada, mas o quanto o esporte tem poderes sobrenaturais de transformar a cabeça – e a rotina dos homens – especialmente, o nosso.

Talvez, eu nutra esta simpatia e consiga levar a modalidade na esportiva porque cresci em uma casa onde, de quatro pessoas e um cachorro, todos curtiam futebol. Ia ao estádio torcer pelo meu time com os amigos, e muito provavelmente o fato de ter mais amigos homens do que mulheres também tenha influenciado minha predileção.

Suspeito que a tranquilidade ainda provenha de nunca ter tido um namorado absolutamente fanático, desses que curtem uma pelada de domingo a domingo, nas circunstâncias de que a pelada é outra coisa que não eu, nua da Silva fazendo loucuras. Sabe esses caras que colecionam camisas de times e exibem até a da República do Azerbaijão com orgulho? Que recusam programas no fim de semana em virtude do campeonato Holandês, que colam a bunda no sofá e a mão no controle remoto pela eternidade? Pois é.

Não fosse o bastante, pedem para que você não atrapalhe ao inventar um desfile de lingerie em frente à televisão. Aliás, eu até tive um exemplar desses que colecionava camisas, mas como morava a quilômetros de distância seu apego pela bola nunca foi problema, ficou decidido que os horários que estávamos juntos seriam exclusivos meus. E ok, também nunca inventei desfile de lingerie em hora tão inadequada.

Aliás, adentrar a sala de lingerie em dia de clássico e posicionar-se em frente à televisão a fim de distrair a atenção do querido é falta da grave. Simplesmente porque o problema começa ao achar que ele está te trocando pelo próprio time, ou como você mesma costuma esbravejar: “Por 22 homens correndo atrás de uma bola!” Não é hora de colocar a masculinidade do bonito à prova, pois quando assistem futebol, os homens estão em contato direto com seus instintos mais primitivos, apague a sala da sua cabeça e imagine uma caverna. É isso, neste momento ele é um ogro, não seu marido, namorado, ficante. Aprenda a se divertir com isso. No mais, saiba que eles não ficarão intimidados em negar fogo nesse momento.

Deixe o jogo de sedução para depois. Quem sabe o time dele ganhando ele não a convide para jantar num lugarzinho badalado da cidade, sair pra dançar, beber um chopp num bar descolado com os amigos? Ou, na melhor das hipóteses, prepare uma comemoração a dois.

Roube a camisa do time dele e vista você, ele só vai ter o trabalho (e o prazer) de despi-la. A essa altura você já começa a repensar sua opinião a respeito de futebol. Não é tão ruim assim, vai! São 22 homens em campo, o que pode ser convertido em 22 pares de coxas - bem torneadas, tórax extremamente definidos, corpos esculturais, malhados, deliciosos. E aquela troca de camisas no fim da partida, já reparou? Dá pra fazer uma análise tática e lançar um olhar mais técnico, ainda mais agora com televisão em definição HD. E além de tudo isso, a festinha particular, lembra?

Agora, se o time dele perder, esqueça o paraíso. Até porque o desempenho sexual masculino é proporcional ao desempenho do próprio time na tabela do campeonato. Talvez isso explique de uma vez por todas, porque a maioria da mulherada não curte tanto assim esse tipo de pelada. E eu diria que por uma razão absolutamente plausível.

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2 comentários:

  1. Anônimo14:49

    hahahaha Me identifiquei muito! Pior é que é bem isso. Bjs, Gabriela!

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